Desde 1º de outubro que os preços dos automóveis zero quilômetro estão mais caros para o consumidor. Tudo porque o corte do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) começa a ser retirado gradualmente. Por exemplo, um modelo 1.0, que atualmente é isento de IPI, a partir do mês que vem terá alíquota de 1,5%. Em novembro, o imposto sobre para 3%, passando para 5% em dezembro e, em janeiro, volta para o patamar anteriormente praticado, ou seja, 7%.

A redução do imposto, disponível na maior parte deste ano, foi a forma que o governo encontrou para aquecer o mercado, que sofreu impactos da crise financeira mundial, iniciada em setembro do ano passado. As estimativas para ambos os mercados são positivas.

De um lado, o motorista poderá entrar em um crédito de um veículo novo agora para conseguir parte do abatimento do imposto promovido pelo governo. Do outro, a volta da cobrança do IPI beneficiará o mercado de carros usados, que andou meio em baixa, com estoques em alta e preços aquém da tabela, desde quando a venda dos novos ficaram isentas de IPI.

Com a volta do imposto, o aumento nos preços dos carros novos tornará o mercado de usados mais atrativos ao consumidor, afirma o professor de Finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo), Keyler Rocha. “O consumidor vai mudar de foco, sempre de olho na economia. Será possível encontrar modelos seminovos com preços interessantes”, conclui.

O especialista em mercados de automóveis e diretor da Agência Autoinforme, Joel Leite, explica que quando o IPI estava zerado, muitos consumidores optaram por trocar seus veículos por um zero quilômetro para aproveitar os descontos. “Em contrapartida, o movimento fez com que a demanda pelos modelos seminovos registrasse redução, pressionando negativamente os preços desses carros”, avalia.